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Febre amarela: Minas Gerais

Na região Centro-Oeste de Minas Gerais ocorreu um surto de febre amarela. Desde 23 de janeiro de 2001 foram confirmados 31 casos e 7 ainda estão sob investigação***. Dois casos, um sob suspeita e outro confirmado, são da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ocorreram 18 óbitos (14 com diagnóstico confirmado). A vacinação contra a febre amarela começou em 20 de fevereiro no Centro-Oeste, que tem 54 municípios e, posteriormente, foi estendida para a Região Metropolitana. A confirmação do diagnóstico do primeiro caso da doença ocorreu em 23 de fevereiro.*

Febre amarela em Minas Gerais: casos notificados
por município: 23/01 - 16/04/01
Município Suspeitos Confirmados Total
Abaeté 1 0 1
Bom Despacho 0 4 4
Capitólio 1 0 1
Conceição do Pará 0 2 2
Dores do Indaiá 1 0 1
Estrela do Indaiá 0 3 3
Juatuba** 1 0 1
Leandro Ferreira 1 7 8
Luz 0 1 1
Maravilhas** 0 1 1
Martinho Campos 0 2 2
Moema 1 0 1
Nova Serrana 0 4 4
Pará de Minas 1 2 3
Santo Antônio do Monte 1 3 4
São Gotardo 0 1 1
Total 8 ***30 38
* *Região Metropolitana de Belo Horizonte
*** Em 20/04/01 o total atingia 31, mas o município do último caso não foi informado.
Fonte:Governo de Minas Gerais - Secretaria de Estado de Saúde (Portal Minas, 16/04/01).

Embora a infecção tenha, provavelmente, ocorrido na área rural desses municípios, os casos de febre amarela, em geral, são reconhecidos e diagnosticados em áreas urbanas. No Rio de Janeiro, como em outras cidades existe o Aëdes aegypti, que pode transmitir a febre amarela e o dengue. Portanto, a possibilidade da transmissão urbana existe permanentemente desde da reintrodução do Aëdes aegypti nas cidades brasileiras.

As manifestações da febre amarela,  não dependem do local de transmissão. Não existe um tipo de febre amarela "silvestre" e outro "urbano", mas transmissão "silvestre" e transmissão "urbana". A doença é uma só. A diferença está apenas nos transmissores e no local geográfico de aquisição da infecção. O vírus e a evolução clínica são idênticos.

A elevada proporção de óbitos (18) significa que, provavelmente, ocorreram muito mais casos de febre amarela que os 38 diagnosticados (31 confirmados, 7 em investigação). A maioria dos casos da infecção apresenta manifestações leves ou não tem sintomas. São, portanto, difíceis de serem reconhecidos e diagnosticados, mas nem por isso deixam de ser uma fonte de infecção para o Aëdes aegypti.

Durante o período no qual o virus da febre amarela está presente no sangue uma pessoa pode servir de fonte de infecção para o mosquito. Uma vez infectado o Aëdes aegypti seria possível, então, a transmissão urbana da doença. Se nenhuma medida de controle fosse adotada poderia, então, ocorrer uma epidemia.

O período em que uma pessoa pode ser fonte de infecção para o mosquito é relativamente curto (três a cinco dias, a partir do início da doença). No entanto, as facilidades de locomoção e o elevado número de pessoas que deslocam de e para áreas endêmicas fazem com que o risco de reintrodução da febre amarela nas cidades seja preocupante e permanente. Estima-se que 60 mil pessoas viajaram para a região Centro-Oeste de Minas durante o carnaval.

Esse risco pode ser significativamente reduzido com a vacinação, pelo menos dez dias antes da viagem, de pessoas que se dirigem para áreas de transmissão silvestre e "rural", com o combate efetivo aos Aëdes e com a gradativa e sistemática vacinação das populações urbanas. Além disso, é necessário ampliar a capacidade do sistema de vigilância para torná-lo capaz de detectar também os casos menos exuberantes. O Brasil possui diversos Laboratórios de Referência, capacitados a realizar a confirmação do diagnóstico de febre amarela, inclusive em Minas Gerais. A confirmação laboratorial do diagnóstico, em geral, pode ser feita em até 48 horas.

Em maio e abril de 2000 foram registrados pelo Ministério da Saúde (Funasa - dados de 30/06/2000) dois casos confirmados de febre amarela em Minas Gerais, um no município de Natalândia (Noroeste) e outro no de Planura (Triângulo). Ambos evoluiram para o óbito.

* Fontes: ProMED-PORT (20/02/01), Ministéiro da Saúde - Funasa (23/02/01 e 02/03/01 - online). Governo de Minas Gerais (Portal Minas, 03, 16 e 21/04/2001).

Disponível em 20/02/2001, 23:101h. Atualizado em 21/04/2001, 12:13h

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