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Centro de Informação em Saúde para Viajantes

Tétano

Fernando S. V. Martins & Terezinha Marta P.P. Castiñeiras

O tétano é uma doença grave causada pela toxina produzida por uma bactéria, o Clostridium tetani. Essa bactéria é encontrada no ambiente (solo, esterco, superfície de objetos) sob uma forma extremamente resistente, o esporo. Quando contamina ferimentos, sob condições favoráveis (presença de tecidos mortos, corpos estranhos e sujeira), torna-se capaz de produzir a toxina, que atua em terminais nervosos, induzindo fortes contrações musculares.

As primeiras manifestações, geralmente dificuldade de abrir a boca (trismo) e de engolir, surgem alguns dias após a inoculação dos esporos do Clostridium tetani nos ferimentos e estão associadas ao acometimento dos músculos pescoço. Na maioria dos casos, ocorre progressão para contraturas musculares generalizadas, que podem colocar em risco a vida do indivíduo quando comprometem a musculatura respiratória.

Profilaxia

O tétano é uma doença imunoprevenível. Como não é possível eliminar os esporos do Clostridium tetani do ambiente, para evitar a doença é essencial que todas as pessoas estejam adequadamente vacinadas.Grande parte da população adulta nunca recebeu, ou desconhece que tenha recebido, a vacina contra o tétano e precisa, portanto, receber o esquema vacinal completo.

Em adultos, o esquema vacinal completo é feito com três doses da dT (vacina dupla, própria para adultos), que confere proteção contra o tétano e a difteria. O esquema padrão de vacinação (indicado para os maiores de sete anos) preconiza um intervalo de um a dois meses entre a primeira e a segunda dose e de seis a doze meses entre a segunda e a terceira dose, no intuito de assegurar elevados títulos de anticorpos protetores por tempo mais prolongado.Admite-se, entretanto, que a vacinação possa ser feita com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. Para os que iniciaram o esquema e interromperam em qualquer época, basta completar até a terceira dose, independente do tempo decorrido desde a última aplicação. A dT pode ser administrada com segurança em  gestantes e constitui importante medida de prevenção do tétano neonatal. Cabe ressaltar que, para assegurar proteção permanente, além da série básica, é necessária a aplicação de uma dose de reforço a cada dez anos, uma vez que a proteção contra o tétano fica reduzida com o passar do tempo.

Independentemente do esquema vacinal estar completo ou não, a limpeza do ferimento com água e sabão, e a retirada corpos estranhos (terra, fragmentos de madeira) é essencial, até para evitar infecção secundária com outras bactérias. Se o indivíduo não estiver com o esquema completo, dependendo do tipo de ferimento, pode ser necessário que, além da vacina, receba também imunização passiva (imunoglobulina antitetânica ou, apenas na sua falta, soro antitetânico). Para as pessoas não vacinadas, é importante completar a vacinação antitetânica iniciada nos Hospitais de Emergência até a terceira dose (com intervalo mínimo de um mês), nos Centros Municipais de Saúde.
 
O Cartão de Vacinação é um documento de comprovação de imunidade, sendo responsabilidade das Unidades de Saúde emití-lo ou atualizá-lo por ocasião da administração de qualquer vacina. Deve ser guardado junto com documentos de identificação pessoal. É importante que seja apresentado nos atendimentos médicos de rotina e fundamental que esteja disponível  nos casos de acidentes.
Atualizado em 23/07/99, 09:40h.
 

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