Universidade Federal do Rio de Janeiro
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Centro de Informação em Saúde para Viajantes

Febre amarela no Brasil: 2008        

De dezembro de 2007 a 2 de abril de 2008 (dados do último Boletim divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde em 04/04/2008), o Ministério da Saúde informa ter recebido 70 notificações de casos suspeitos de  febre amarela. Destes, 40 foram confirmados (21 evoluiram para óbito), 26 foram descartados e quatro ainda estão em investigação. O primeiro caso foi confirmado em 16 de dezembro de 2007 e a última notificação feita em 23 de março de 2008. Os casos confirmados, provavelmente, adquiriram a doença em areas rurais de Goiás (21), do Distrito Federal (5), de Mato Grosso do Sul (9), de Mato Grosso (2), do Paraná (2) e do Pará (1).

Embora a infecção tenha ocorrido em área rural (transmissão silvestre), os casos de febre amarela, em geral, são reconhecidos e diagnosticados em áreas urbanas. Durante o período no qual o virus da febre amarela está presente no sangue, uma pessoa pode servir de fonte de infecção para o mosquito. No Rio de Janeiro, como em outras cidades, existe o mosquito Aëdes aegypti, que transmite o dengue e também pode transmitir a febre amarela. Portanto, a possibilidade da transmissão urbana existe permanentemente desde a reintrodução do Aëdes aegypti nas cidades brasileiras, no final da década de setenta.

Este risco pode ser significativamente reduzido com a vacinação, pelo menos dez dias antes da viagem, de pessoas que se dirigem para áreas de transmissão de febre amarela, com o combate efetivo aos Aëdes e com a vacinação sistemática das populações residentes em áreas de risco. Além disto, é necessário ampliar a capacidade do sistema de vigilância para torná-lo capaz de detectar precocemente os casos suspeitos, inclusive os menos exuberantes (que constituem a maioria).

Cerca de 15% das pessoas que desenvolvem manifestações da febre amarela evoluem de forma grave, com letalidade de até 50%. O Cives recomenda que o viajante seja vacinado, resalvando-se as contra-indicações, pelo menos dez dias antes de se dirigir para qualquer área - mesmo as urbanas- das regiões com risco de transmissão de febre amarela no Brasil (ou no exterior). Além disto, recomenda que o viajante observe criteriosamente as medidas de proteção contra as doenças transmitidas por insetos. Os viajantes que residam em áreas de risco de transmissão de febre amarela devem estar vacinados (de acordo com o Calendário Vacinal indicado para estas regiões), independente do destino.

A vacina contra a  febre amarela (17D) é elaborada com o vírus vivo atenuado. Como todas as outras vacinas tem contra-indicações e pode resultar em efeitos colaterais. A maioria dos efeitos colaterais é destituída de gravidade, mas - raramente - podem ocorrer reações adversas graves, inclusive óbitos. A vacina confere imunidade contra a febre amarela por, pelo menos, 10 anos. Em razão disto, os indivíduos previamente vacinados necessitam de dose subseqüente de reforço apenas a cada 10 anos.  No Brasil, a vacina contra a febre amarela faz parte do esquema básico da infância nos Estados onde a doença é endêmica.


                                                                                                  Febre amarela: áreas de risco



* Fonte: Ministéiro da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde (04/04/2008 - on line).

Disponível em 15/01/2008, 20:21h. Atualizado em 04/04/2008, 19:18 h.

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